Ei,Você,Empregador!
Que cria e desconstrói
À sua imagem e semelhança
Estupra seus homens
E apalpa as mulheres
Ei,Você,Empregador!
Que tem cobras
No bolso
E lagartos na boca
Que menstrua no trabalhador
Para ficar bem na fita.
Ei,Você,Empregador!
Holofote de sombras
Que apodrece esperanças
Que acinzenta o azul
e suja estrelas
Ei,Você,Empregador!
Ainda é tempo
De remexer seus destroços
Pendurar o terno no sol
Trocar as nódoas
E desatar os nós.
Ei,Você,Empregador!
É hora, aqui e agora
De negociar com a poesia
E se despir dos cacos
De sua desimportância
Ei, Você,Empregador!
É urgente
Se contaminar de pássaros
E olhar seu operário
Como se fosse lua cheia.
Ei,Você Empregador!
Hoje é dia de ventos
Manhã de desflorar ódios
E inaugurar parcerias
Ei,Você, Empregador!
O futuro é o ontem
Que grita :Presente
E engole ondas
De mares bravios
Para engravidar os rios
De carnavais de lírios
Deixando o poder
Fora de si