Rua Vergueiro – Paraíso , zona sul de São Paulo. Nome sugestivo. Embora o cenário desta típica rua paulistana numa sexta-feira ,às 17 :30 h esteja muito longe disso. Afinal, este corre-corre , o” lufa-lufa” paulistano tem seus encantos. Mas, Paraíso? Não! Não hoje , nem aqui neste instante.
O apelo do marketing vai colorindo os out-doors e os muros ,poluindo visualmente a rua. A paisagem dos prédios ,sem um ritmo certo ,silhuetam mãos,pernas e cabeças que resultam numa enigmática obra de arte.
Uma pomba aterrissa quase em meu ombro e logo toma o céu de novo, e me faz olhá-lo demoradamente. Paro.Me viro na direção do sol branco e macio das tardes de outono.Respiro profundamente .Me deixo invadir pelos raios e me sinto aquecida de novo.
Penso..Cada indivíduo é um universo em si.Quantas alegrias ,quantas tristezas…Quantas histórias passam por mim neste ir e vir de tempestades humanas. Gentes observam gentes. Ou não?A rotina nos deixa indiferente aos detalhes.A pressa desumaniza?Ou desencanta?? São Paulo não pode parar!
Um flash me chama a atenção :” Espelhos anti-bala!” …Reflexo da violência..Por um segundo acuso o contraste.O sol me cega. Me faz esquecer.. Mas,olho para os lados,seguro mais firme a bolsa e vou-me embora…”com meus terrores até que os ensine a cantar”…