DE CARA NOVA shellAHAvellar

Um passado glorioso.

Projetos mirabolantes.

Bem sucedidos.

Sorrisos cáusticos.

Tapinhas nas costas.

Convites pra festas.

Presentes caros. Inesperados. Glamour.

Aromas estonteantes. Grifes e Bares da moda. Colarinhos alvos.

Canetas montblanc. Motoristas de quepe. Tapetes vermelhos.

Calças vincadas. Tudo “clean”.

Segurança. Ilusão. Lama de gravatas. Clientes. Presidentes.

Muito confete. Por nada. Perdas e ganhos.Por tudo.

UM BASTA! Um bebê.

Vida nova. Renúncia. Pés descalços. Cabelos desgrenhados. Alegria.Seriedade. Folguedos.Cansaço. Exaustão.Solidão. Falta de privacidade. AMOR!AMOR! AMOR!

Incondicional.Nada igual.

O homem?A mulher?

Não mais. Campo minado. Difícil de explicar.

O retorno? O mercado? Os saltos altos. O tailleur impecável.

Discurso e senso. Sem sincronismo.

O Salto quântico! A espiritualidade.

A solidariedade.

A bebê .A menina.A moça.

Num risco de giz.. Desponta.

O confronto.

E ela..agora.. Na encruzilhada.. Com outro olhar.

Dá um basta! Muda!Se traveste!

Um momento de atenção Para si mesma.

De cara nova.Abraça a Arte.

E parte .

Rumo à estação

BIG BROTHER, O OLHO DA RUA shellAHAvellar

 Trânsito massacrante.Entro em casa.Largo a bolsa e despenco no  sofá.

Ligo a TV – dial quebrado na Globo- pra me anestesiar.

A vinheta irritante do BBB,introduz Pedro Bial com um sorriso de matéria plástica, exaltando seus heróis de barro.

A câmera panorâmica, passeia pelos corpos sarados e bombados da fauna de encantados pelo olho mágico da fortuna  e da fama instantânea, sob o pêndulo do jornalista.

Por onde anda o texto primoroso de Pedro Bial que hoje se dilui em crônicas esparsas de momentos efêmeros e fantásticos para justificar sua ausência do cenário jornalístico.

Vítima da cobiça dos Bambaras (a visão é o desejo; o olho é a cobiça, e enfim o mundo do homem é seu olho”),Pedro Bial se perde , atestando o BBB como um psicodrama a céu aberto, embasado em argumentos falhos e estéreis.Incorporando a egrégora do absurdo, se traveste às avessas em Plotino,antigo  filósofo da Alexandria,que defendia a tese de que “a inteligência não pode ver a luz do sol “ .

Confina seus personagens bizarros e perdidos numa casa fantasma e fora de ordem, cujo final feliz e redenção não passam do “olho da rua”.