Trânsito massacrante.Entro em casa.Largo a bolsa e despenco no sofá.
Ligo a TV – dial quebrado na Globo- pra me anestesiar.
A vinheta irritante do BBB,introduz Pedro Bial com um sorriso de matéria plástica, exaltando seus heróis de barro.
A câmera panorâmica, passeia pelos corpos sarados e bombados da fauna de encantados pelo olho mágico da fortuna e da fama instantânea, sob o pêndulo do jornalista.
Por onde anda o texto primoroso de Pedro Bial que hoje se dilui em crônicas esparsas de momentos efêmeros e fantásticos para justificar sua ausência do cenário jornalístico.
Vítima da cobiça dos Bambaras (a visão é o desejo; o olho é a cobiça, e enfim o mundo do homem é seu olho”),Pedro Bial se perde , atestando o BBB como um psicodrama a céu aberto, embasado em argumentos falhos e estéreis.Incorporando a egrégora do absurdo, se traveste às avessas em Plotino,antigo filósofo da Alexandria,que defendia a tese de que “a inteligência não pode ver a luz do sol “ .
Confina seus personagens bizarros e perdidos numa casa fantasma e fora de ordem, cujo final feliz e redenção não passam do “olho da rua”.